Ontem assinalou-se o dia mundial da saúde mental e apesar de não ter tido oportunidade de fazer nenhuma publicação não podia deixar passar esta data em branco. Saúde mental e mais especificamente, a relação com a comida, é um tema que abordo em quase todas as minhas consultas.
Este ano mais do que nunca, a saúde mental deve estar na ordem do dia. O período de confinamento, o isolamento social, a situação actual imprevisível e incontrolável, o tempo passado nas redes sociais (muitas vezes com mensagens muito pouco saudáveis no que diz respeito ao que é verdadeiramente um estilo-de-vida saudável), os dias passados em casa por vezes com relações familiares/ conjugais complicadas… Todas estas questões levaram a que muitos distúrbios do comportamento alimentar tenham (re)surgido, e noutros casos foram um trigger para um comportamento alimentar perturbado.
Se há algo que este ano nos ensina é que por muito que queiramos, não conseguimos controlar tudo na nossa vida. Por isso, vamos respirar fundo e seja qual for o nosso objectivo (sair de um transtorno alimentar, melhorar a relação com a comida, gerir compulsões, emagrecer) vamos com calma e perceber quando é a altura de procurar ajuda. O caminho não tem de ser feito sozinho e nunca é demais reforçar que quando se trata de uma doença do comportamento alimentar o nutricionista deve sempre actuar em colaboração com um psicólogo (e psiquiatra).
E porque comemos todos os dias, porque comer é um acto social e de amor, está na hora de começar a fazer as pazes com a comida!